Desfralde (des)complicado!

Dos desafios mais exigentes que a maternidade me trouxe, foi o desfralde!!

Fizemos a 1ª tentativa em Abril. Um fim de semana inteiro de xixis pelas pernas abaixo. A reação já esperada: choro, resistência e desilusão dele próprio por não ser capaz de agir de outra forma.
Chegámos á conclusão de que não estaria preparado para este passo uma vez que havia recusa completa e uma espécie de aversão á sanita. Apesar de na Creche, por imitação, ele ir com os outros mas não fazer absolutamente nada.

Em junho, por indicação do pediatra, tendo todos os sinais a seu favor e nada que o impedisse, fomos á 2ª tentativa. Pedimos colaboração na Creche e lá foi ele. Mais uma ronda de xixis pelas pernas abaixo. Desta vez o cenário complicou-se. Por vergonha ou receio de pedir, passou a reter a urina. E dois dias depois chegámos ao ponto de considerar que estaria a iniciar uma infeção urinária tal era o desespero dele. Chorou muito, chorámos todos! Desistimos mais uma vez sentindo-nos os piores Pais á face da terra.

Culpei-me por estar a "traumatizá-lo" sem necessidade. Ainda assim a pressão para que fosse para o infantário sem fralda, era imensa.

Decidimos respeitá-lo e acreditar que nas férias, sem pressão, sem obrigações, sem forçar, naturalmente ele conseguisse desbloquear-se. Por era somente isso, um bloqueio psicológico, associado a um possível receio de repreensão ou até mesmo um medo inexplicável.

Cheguei a contar-lhe vezes a conta a história "Luca, o hipopótamo que não quer deixar as fraldas". O que a seu tempo nos deu uma grande ajuda na parte prática da questão.

Passados 15 dias do início das férias, com muito diálogo, muita calma, fomos reduzindo o uso da fralda, icentivndo sempre a ir wc comigo, inclusive a ir com o pai para poder ter noção de uma outra perspectiva.

A primeira semana foi um tormento. Mas o meu instinto, contra tudo e todos, dizia-me que desta vez não podia desistir do meu filho. Não era falta de preparação, era necessidade de ajuda, de apoio, de conforto e transmissão de segurança. Ele precisava que eu lhe garantisse que que estaria ao lado dele, sem o repreender caso falhar, sem o deixar cair nem ser levado pelo autoclismo.

Um dia, no banho, muito aflito, pequei no primeiro utensílio  que me veio á mão: um potinho do IKEA que usava para lhe lavar o cabelo. Et voilá! Bastou uma vez! E o desbloqueio deu-se! Uma grande festa! O se fomento de orgulho a transbordar e uma vitória que já ninguém nos tirava.

A partir daí foi sempre a evoluir. Fomos de férias, com muitos receios mas confiantes de que ia dar tudo certo. E deu! Do potinho passámos para a sanita. Primeiro sentado e posteriormente de pé como menino que é.

Um dia de cada vez, transmitindo-lhe otimismo e muito orgulho por se ter tornado num menino tão crescido.

Agora já vai ao WC sozinho e desenrasca-se como um pequeno homenzinho. Temos um bacio e um redutor 3 em 1 num canto a servir de decoração pois optámos por outro tipo de redutor com um banquinho, de forma a dar-lhe mais autonomia e confiança nas suas capacidades.

Nas sestas ele próprio pediu para  ão usar a fralda, e mesmo com a adaptação ao infantário, respeitámos a sua vontade e tem sido exemplar. Porém ainda a mantemos de noite mas por pouco tempo. 

Como em tudo, ele tinha o seu tempo certo, só precisava de um empurrãozinho. E aos poucos, vai deixando de ser o meu bebé (mesmo que para mim, o vá ser para sempre) 💙

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