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Por estes dias, muitos são os Pais que abraçam a expressão "de coração apertado".
É vê-los passar a porta da escola confiantes e vê-los sair de cabisbaixo. É ter um sorriso no rosto que esconde um peito rasgado. Porque custa, porque dói sentir que nos arrancam os filhos dos braços. Porque dói deixá-los, assim de um dia para o outro, quer fiquem bem ou mal. Mesmo quando acreditamos piamente que estão seguros e serão tão felizes ali. A verdade é que ninguém, por mais espetacular que seja, por muito que dê o seu melhor, poderá ocupar o lugar dos Pais no coração dos filhos. Por mais conforto, colo e aconchego que tenham, não chega! Não para nós que nas primeiras horas andamos feitos "baratas tontas" entre o silêncio estranho e a sensação de vazio arrebatador. Nós que se pudéssemos trocavamos de lugar com eles. Nós que engolimos as nossas lágrimas e fingimos não ver as deles. Porra, os primeiros dias de creche, de infantário, de escola, são duros! Mesmo sabendo que vai passar. Que aqueles 5 minutos de tormento matinal, são esquecidos no mesmo minuto em que os voltamos a reencontrar umas horas depois. E desabamos discretamente naqueles abraços infinitos que curam dúvidas, receios e paranóias. Na certeza de que no dia seguinte tudo recomeça e que a vida é feita disso mesmo, recomeços!
Mas por favor, aos pais a quem foi concedida a "frieza" necessária para estes dias, aos que respiram de alívio por tirarem férias dos filhos, não desvalorizem a fragilidade alheia. Cada um é livre de sentir á sua maneira. Não façam troça, abracem, dêm o ombro para chorar se for preciso, ofereçam uma palavra amiga, tenham mais comPAIXão uns pelos outros!

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