Eu já tive vergonha da minha barriga! Mas hoje, não tenho mais! Nela trago as estrias de um corpo perdido algures entre a infância e a adolescência. Trago cicatrizes que escolhi ter. Carrego traços de um corpo que já carregou outro. Nesta barriga já moraram tantos sonhos, já bateu um outro coração. Com ela me debato por culpa da sociedade. Daquela que me olhou de lado e me chamou de obesa quando era uma criança inocente. Da mesma que me disse alto e bom som que um filho não é desculpa para nos deixarmos engordar de novo. Mas eu disse, "basta"!
Então passei a olhar mais para mim, a aceitar que não é uma barriga lisa que me define como Mulher, muito menos como esposa ou Mãe. Na realidade só preciso de me sentir bem! Mas depois vem esta doença que me descontrola tudo o que eu achava ter controlado até então. E nesta barriga, residem agora mais algumas cicatrizes, moram nela outros sonhos. Mas já não me envergonho! Afinal, cada cicatriz conta histórias e somos tão feitos de memórias.
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