Gosto de mim!

Gosto de mim! Já gostei mais, já gostei menos. Agora, gosto de mim a sério!
Gosto de mim como se gosta de um filho. Afinal, eu sou o resultado da minha re-educação, das quedas, das aprendizagens, das lutas, das conquistas... Gosto de mim e da minha construção ao longo dos anos. Pois ninguém sente as minhas dores. Ninguém combate as minhas angústias. Não me lêem os pensamentos. Nem vivem os meus dias. Então, ninguém pode gostar tanto de mim como eu. Logo nenhuma outra pessoa, me poderá criticar mais do que eu mesma.
Já lutei com o meu corpo. Já desisti dele. Só não desisto de mim. Então deixei andar, deixei de insistir, e foi aí que o corpo me sorriu. Aceitei que não tinha mais o corpo anterior e passei a amar este que o meu filho me ofereceu. E que dádiva! Mesmo que não goste de me ver com bikinis. Desde que o fato de banho até fique bem, está tudo ok. Não importa se não estiver na moda, desde que eu goste de mim assim.
Já quis mudar de penteado e não gostei. Vesti outras roupas que até me assentaram bem. Cheguei a achar que as mães devem ter estilos "apropriados" e percebi que o melhor, é cada uma ter o seu, desde que se sinta confortável.
Gosto de mim assim, da Mãe que sou. Porque quando eu duvido, o meu filho diz que gosta de mim também. E este gostar não está só quando ele me elogia e eu ainda estou de pijama, descabelada e com olheiras fundas. Está quando ele me abraça, e entre outras coisas, diz que sou fofinha. Porque é preciso gostarmos de nós no nosso todo. É importante amar a nossa essência e casá-la com um corpo que nos faz sentir bem. E eu gosto do meu. Mesmo nas vezes em que digo que estou gorda e o meu peito roça quase no umbigo. Mesmo nas vezes em que o meu marido diz que estou ótima e eu torço o nariz. Eu já me aceitei, mas gosto de me fazer difícil. Tenho mau feitio, refilo, digo disparates e sou muito radical nas minhas decisões.
Trabalho para atingir metas e quando me queixo, não é que esteja infeliz. Por vezes estou só muito cansada, depois passa. Gosto de mim o suficiente para saber que não me devo dirigir com o que não importa. Gosto de mim, aceito-me! E quando eu me olho ao espelho e digo isto todos os dias, não me sobra tempo para invejar outro alguém, que não seja eu!

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