Assumo, sou uma Mãe um tanto ou quanto egoísta!!!
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E
Comecei logo por sê-lo quando o guardei dentro de mim por 9 meses. Senti cada movimento seu de forma que o Pai ou outro alguém, jamais pudesse sentir. Foi só meu, tão meu! Passei a sê-lo ainda mais, quando o primeiro colo dele foi no meu peito. O primeiro toque na minha pele. Muito mais quando num turbilhão de emoções, voltámos a ficar só nós, só eu e ele! Enchi-me desse egoísmo a cada dia em que Ele me fazia Mãe. Eu queria estar presente em cada segundo da vida dele, em cada suspiro, em todas as primeiras vezes. E estive! Porque fiz questão de estar. E a cada passo, éramos tão mais unidos, tão mais cúmplices, tão mais donos deste amor. Percebi que não seria capaz de o partilhar tão cedo. Que o Mundo é um lugar demasiado imenso para um ser tão pequeno. E voltei a guardá-lo para mim! Por todo o tempo que quisémos. Por todo o tempo que precisámos. E nem mesmo quando lhe abri a nossa janela para o deixar voar, eu deixei de me preocupar. Pois um filho é tão nosso, é tão precioso. É por isto que não lhe exponho todos os traços. Que não revelo todos os nossos compassos. Nem sempre partilho a forma como ele me segura o rosto com as duas mãos quando me dá carinho. Nem o jeito com que nos aninhamos a dormir. Muito menos a perfeição da boca e das pestanas enquanto adormece junto a mim. Nem tão pouco consigo descrever o cheirinho dele, o melhor perfume da minha vida. Sou uma Mãe egoísta sim, pois apesar de tudo o que possa revelar, haverá sempre um lado nosso que irei tentar cuidar e preservar...
(21/03/2018)
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