Dói! Dói mesmo muito!

Dói. Dói mesmo muito! Ter que chegar e simplesmente largá-lo. Dizer-lhe ao ouvido que não tarda, ficará bem. Acreditar que fica mesmo! Entregá-lo a outro colo e garantir-lhe que já volto. Arrancá-lo de mim e sentir que o meu coração vai colado a Ele. Conter as lágrimas. Tentar transmitir-lhe toda a calma mesmo que por dentro me sinta num turbilhão. É o sufoco, o nó na garganta, o aperto no peito... Virar-lhe as costas e sair sem olhar para trás. Que massacre o meu! Que sofrimento o dele! É momentâneo, eu sei, acredito que sim. Não sem antes lhe explicar vezes sem conta que já volto para o ir buscar. Sussurrar-lhe que vai ser tão bom brincar ali. Prometer-lhe que há outro colo cheio de mimos. Esse mesmo que me consola a mim também só de saber que é (quase) tão doce e seguro como o meu. Mas dói! Colocar-me no lugar dele e imaginar o que poderá pensar. "Porque é que estive sempre com a minha Mamã e agora deixa-me aqui?". Dói ainda mais! Não é fácil! Ninguém disse que seria.
Dizem-me que sou forte, que estou a fazer tudo bem. Sei que estou a dar o meu melhor como Mãe, só isso!
Vai sempre haver dias menos bons. Aqueles em que Ele não quer ir ou Eu não o quero deixar. Haverá sempre outras etapas, outros recomeços. Mas este inicío, este cortar do nosso cordão umbilical, é uma dor que não se assemelha a nenhuma outra.
Vai passar, vamos ficar bem, prometo!


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