Anorexia fisiológica do 2° ano. Será?!

Este é um assunto que até há pouco tempo, só tinha ouvido falar através de pessoas que nos são próximas. É daquelas situações que não nos dedicamos a procurar saber só porque sim. Acho que nenhuma Mãe, ou Pai, pesquisa sobre possíveis "doenças", "distúrbios", fenómenos de crescimento, ou o que seja, sem antes haver motivos que devidamente o justifiquem. E sinceramente, nem nunca ouvi falar assim tanto sobre a Anorexia fisiológica do 2° ano de vida, até desconfiar que estamos, agora, a passar por isso.
Aos 26 meses (ou 2 anos e 2 meses), de forma gradual, o meu filho começou a recusar comer! Um bebé que ainda há uns meses era considerado obeso, pelo Pediatra. Ainda que até aos 2 anos não se fale em obesidade infantil, o percentil dele sempre foi elevado.
Ter menos apetite, não era nada que inicialmente nos alarmasse muito, pois esta 'saga' já aconteceu antes.

A verdade é que sempre pudémos associar a causa a outro fatores, maioritariamente, como: romper de dentes ou estar efetivamente doente. Estes foram sempre os aspetos mais evidentes, com padrões semelhantes que não deixavam margem para dúvidas. E o plano era simples, dar menos quantidade, mais vezes por dia e 'compensar' naquilo que na altura ele gostasse mais e comesse melhor. Uma outra hipótese era dar leite em vez de sólidos. Foi a nossa salvação de uma das vezes que esteve doente e recusou totalmente pela, 1a vez, qualquer outro alimento.

Acabava sempre por passar, muitas das vezes de um dia para o outro, quando menos esperávamos.
Chegou a rejeitar o leite durante três meses. Muitas vozes me disseram que era a "altura ideal" para reduzir ou retirar o biberon. Só que o instinto materno é tramado e lá no fundo eu sabia que não era tempo disso coisa nenhuma. Ainda hoje continuo a fazer-lhe o biberon da noite, á mesma hora, com o mesmo amor com que comecei a fazê-los há quase dois anos atrás. E continuarei, enquanto Ele o pedir e nos parecer razoável. Já o tinha assumido aqui!

Tudo isto pode ser normal, até chegarmos a esta idade. Em que como se não bastasse toda esta fase de birras, levadas ao extremo, o não comer nadinha de jeito, também não fazia falta neste pacote! E ficamos preocupados, muito! Eu mais, porque estou sempre com Ele. Porque acho que se continuar a não se alimentar em condições, a emagrecer dia após dia, ou se ficar doente, é sobre mim que tudo recai. E se o instinto é danado, o sentimento de culpa, mais ainda. Mesmo sabendo que estou a fazer tudo o que me parece certo, que sou a melhor Mãe que posso ser!

Porém, depois de Ele ter passado fome quando nasceu e não soube mamar, para mim, é muito duro deixá-lo ficar sem comer! Chegamos a cometer os ditos 'erros' para o incentivar, tais como distrações com tv e tablets ou brinquedos e palhaçadas! Insistimos e chegamos a dizer-lhe que se não comer pode ficar doente. Não é o mais correto, de todo, também não está totalmente errado, quando o desespero é tanto! Só que na verdade, não resulta de forma alguma! Não é fácil, não mesmo!
Mas isto é sermos Pais reais, que querem ver o filho bem, saudável e feliz!

Em casa é um filme, comer fora é quase impossível. Chego a ter que ligar a todos os familiares próximos, que sendo hora das refeições, já atendem a dizer "então Dudu? Porque não queres comer?". E quando chego a este ponto, já todos têm noção de que estou aflita, exausta, de lágrimas prestes a explodir e esgotei todas as outras opções.

Milagres não há! O que resulta melhor nesta altura, é dar-lhe o que Ele pede e quando lhe apetece, sem muita insistência. Tentar variar as texturas e os sabores. Procurar receitas e adaptar ou inventar outras. Ainda que pontualmente, possa recusar apenas por 'feitio' e acabe até por comer normalmente, (em dias melhores.)

Resta-me continuar a recolher informações e sugestões de outros Pais que á nossa semelhança, têm a sua dose de experiências. Eu sou das que acredita que as vivências dos outros, por vezes valem mais que qualquer outra teoria, por muito bem estudada e fundamentada que seja.

Enquanto continuar traquina, com energia para dar e vender, a transbordar felicidade, vamos confiar nele, tentar sossegar e pensar que está tudo bem...
É só mais uma fase, como tantas outras, e vai passar, sabemos que vai!

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