Ao Pai do meu filho...

Quando falo sobre mim enquanto Mãe, é porque vivo esta Maternidade como se mais nada existisse. Não é porque as Mães sejam mais do que os Pais, apenas exercem posições diferentes. Porque os geramos em nós, porque os sentimos quando mais ninguém está por perto, porque sofremos as dores de parto, como se trazê-los ao Mundo, fosse o culminar da nossa existência! E em parte, é! Este direito de os exibir e proteger como sendo "só nossos", mesmo sabendo que pertencem igualmente ao Pai, á família e ao Universo.
Um dia, o nosso filho vai saber que para a Mãe ficar com Ele em casa, o Pai teve que trabalhar muito, a dobrar, vários dias ausente e sem horas para chegar. Que para eu ser esta Mãe que cuida dele todos os dias, sem descanso, há o Pai que cuida de nós quando nos ama e não permite que nada nos falte. Não és menos Pai quando passas menos tempo com Ele, nem quando perdes as '1as vezes' dele. És mais ainda, porque possibilitas que um de nós esteja sempre presente, a registar todos os momentos, em fotos, em vídeos, em palavras, para o outro ver, ouvir, saber, sentir. Quando escrevo sobre os nossos dias, é para mim e para o nosso filho, e ainda mais para ti. Só depois para os outros. Pois se não fosses tu, nenhum de nós estaria aqui para o ver crescer desta forma. Não é por acaso que passamos os dias á espera que chegues, as semanas a desejar o fim-de-semana, porque é quando estás aqui que todos os planos se tornam ainda mais reais. Não és menos Pai porque lhe mudas menos fraldas de cocós, quando mudas tantas de xixis pela madrugada, só para eu ficar na cama mais 5 minutos. Nem quando dás menos almoços e jantares mas dás muitas das papas ao pequeno-almoço. E o nosso filho não vai gostar menos de ti por não ires com ele 'pendurado' em ti para todo o lado como eu. Pois tu foste o colo que o confortou muitas vezes quando eu estava exausta. Foste a mão que deu muitos biberons quando o meu leite se foi. Foste os braços que embalaram para eu poder tomar banho ou o meu braço direito em casa para que o pudesse confortar. És o nome que Ele chama de noite, pela manhã, durante o dia, antes ou depois do meu, não interessa. És o motivo da gargalhada mais sincera, mesmo quando vais contra o que eu digo, consegues fazer todas as 'palhaçadas' que o deixam feliz, isso chega. És a voz que precisamos de ouvir no meio de uma birra ou luta para comer. Tens o abraço de fim de dia que precisamos. E se não fosses tu, eu não estaria aqui, mas também não seria assim, esta Mãe em que me tornei! Que apesar das discórdias, dos lados muitas vezes opostos, dos dias virados do avesso, não quereria outro marido que não tu. Nem o nosso filho seria tão feliz, se não te tivesse também a ti. Nada faz de ti menos ou pior, quando dás o teu melhor. Mesmo quando acho que podias ter feito mais, tenho consciência de que fazes sempre o que podes, do jeito que és capaz. Mesmo quando tu próprio achas que fizeste menos, para nós, estares do nosso lado, é muito! Principalmente quando és o 'saco' que eu encho de queixas e desabafos, lágrimas e sorrisos...

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