Refeições fora de casa: missão (quase) impossível!

Antes de ser Mãe, eu achava que além do que naturalmente mudaria nas nossas vidas, pouco mais se alterava assim tanto. Como por exemplo continuar a comer fora! É algo que gostamos,  fazemos sempre que possível, agora com a ponderação e a responsabilidade de Pais. São tantas as vezes que realmente merecemos não ter que pensar no que cozinhar, fazê-lo, lavar louça, arrumar a cozinha. E então Eu, que sinto que passo metade dos meus dias agarrada ao fogão. É tão bom quando o único trabalho que temos nisto, é escolher o local onde vamos! Só que isto tem um trabalho acrescido quando deixamos de ser "só" dois, todos lindos e maravilhosos a desfilar de mãos dadas, a entrar e atrair olhares indiscretos quais Estrelas de Holywood, em jantares divinais, requinte e muito amor. Continuamos a ter e a ser isso tudo, apenas desfilamos com carrinho e mala de bebé, lancheira, marmita, sacos e saquinhos de brinquedos e tudo e mais alguma coisa. Também atraímos todo e qualquer olhar, porque o carrinho não passa ou não cabe na mesa e damos mil e uma voltas e até fazemos o pino mas vai caber. Se tivermos muita fome e um bebé a berrar, arranjamos lugar vip com mesa extra para os sacos e bonecadas e ainda cabe tudo  que é um instante! Quanto ao requinte, troquei os saltos altos por ténis há tanto tempo que já nem saberia andar. Ficamo-nos "só" pelo amor! Até podemos ter sorte e um momento tranquilo, se o bebé dormir. Quantas vezes consigo comer só com uma mão e abano o carro, tempos infinitos, com a outra, em troca de uns segundos de paz sem recear uma paragem de digestão por todas as vezes que como a correr. Também pode calhar de ser numa hora em que o L também como á mesa e aí temos a tenda armada. É o espernear porque tem fome mas não está no seu meio e recusa-se a comer. É comida pelo ar, com sorte vai parar aos nossos pratos. O mais provável é cair no chão, até ao dia que ainda havemos de ir a buscar pendurada no cabelo ou careca de alguém. Pode acontecer! Há ainda o querer o que comemos, tudo menos a comida dele. E sou tão mesquinha nisso. Prefiro não comer certas coisas como salgados, fritos ou doces á frente dele só para não dar aso a uma birra por lhe negar comer daquilo. E é Ele quem terá razão. Enquanto só conhecer os sabores que lhe são permitidos, não serei certamente Eu a dar-lhe outros. Pelo menos por enquanto.
Não é fácil encontrar espaços de Restauração adequados para a presença de bebés. Nem todos possuem cadeiras adaptadas nem ambientes propícios. A procura do local passa sempre por aí. Primeiro o bem-estar dele e só depois o nosso. Entre sítios fantásticos mas com clientes excêntricos, vozes megafónicas e estridentes, talheres a bater nos copos, o mastigar de boca aberta, e outras coisinhas que nos obrigam a trocar de mesa ou fazer olhares mortíferos. Há outros locais igualmente fantásticos em que tudo é bom e desejamos, apesar das birras e da comida pelo ar, voltar lá mais vezes! Foi o caso por estes dias quando fomos almoçar, os três, com marmitas e pratos de plástico incluídos. O cenário habitual para estarmos prontos a esconder-nos debaixo da mesa caso corresse mal. A verdade é que apesar de lá não irmos há imenso tempo, fomos recebidos de forma muito simpática e acolhedora. E o melhor é que o L nunca passa despercebido, faz tudo por isso, e a grande maioria dos funcionários da Pizzarte brincaram com Ele, sorriram, falaram-lhe, ofereceram coisas para se entreter. Ninguém lhe ficou indiferente e isso derrete-nos como Pais. Sabemos que a qualidade paga-se mas valores humanos não se compram.
Comer fora de casa pode ser uma luta cheia de manobras e engenhocas, mas nem tudo é assim tão mau quando aprendemos a selecionar espaços bons!

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