As birras dos nossos aos olhos dos outros!

Eu sabia que esta fase ia chegar, só não contava que fosse tão cedo!
Dizem os entendidos que a fase mais crítica das birras inicia por volta dos 2-3 anos. Eu só acho que Eles não entendem coisa nenhuma! Por cá, ou o L tem mais idade e andei este tempo todo enganada , ou é somente um bebé fora de série!

Desde cedo que o L se afirmou com um temperamento daqueles que é preciso "saber levar". O mau feitio está-lhe nos genes e nisso não o posso culpar!

Está a crescer demasiado rápido, os 18 meses trouxeram mudanças radicais e ás vezes pergunto-me onde está o meu bebé...
Com 21meses, sabe bem como impôr as vontades dele  e faz questão que entendamos o que quer e o que não quer!

Tem sido um bebé de menos palavras e mais ações, observador por natureza, age por impulso, gosta de ser perfecionista, de preferência tudo limpo e arrumado. O caos, a confusão, as mudanças, deixam-no agitado. Tudo isto faz com que se zangue facilmente se não consegue desenrascar-se, se encontra obstáculos, se algo o incomóda.

Chegou á fase da afirmação, acha que é muito crescido e ele é que manda! Já percebeu que pode perfeitamente andar e correr sozinho, é muito independente nesse aspeto e dar a mão, no entender dele, deve ser coisa para (outros) bebés.

Por querermos deixá-lo explorar, porque precisa, porque está a crescer, porque há muitas fases pela vida deles fora que devemos "soltar" a mão e deixá-los ir... Temos ido a vários sítios sem o carrinho de bebé atrás, o que torna tudo mais rápido e prático de certo modo.

Num destes dias, no Hipermercado, o mini me, achou que estava no sítio ideal para correr, cantar, tentar fugir e espernear!!
Não, aquilo não me estava a acontecer! Ele não tem 2 nem 3, só tem 21 meses, 21!!!

Não queria dar a mão, não queria ir para aquele lado, o carro das compras andava á velocidade dele e pouco faltou para rodopiar no ar.

Achou por bem, muito perpicaz, ajudar-me a colocar gelatinas no carro, coisa gira, não fosse o achar que devíamos levar a prateleira toda e toca a encher o carrinho!
Teve a sua piada, mas subtilmente contrariei-o, tentei explicar-lhe que não era preciso mais, não gostou e começa naquele tom sonoro que agora lhe apráz fazer quando entra em modo birra! Confesso que tenho que me segurar para não me rir, do som apenas! Nisto o Pai filmou...(obrigada, eu precisava mesmo de ver aquela minha expressão)

Ás vezes não temos noção que a nossa figura é tão mais rídicula que a dos nossos filhos. Enquanto apanhava uma carrada de gelatinas do chão, tentava que o L não me fugisse e o Pai registava, dei por mim a olhar estupidamente á minha volta, cheia de vergonha que alguém estivesse a assistir á cena, eu atrapalhada e Ele armado em choné!

Como esta, tem havido outras "cenas" e agora deparo-me com algo que para mim é novidade. Se antes, mais pequeno, Ele chorava ou gritava em público, era porque tinha fome, sono, estava rabugento ou pouco mais. Um pouco de abanico, colo e a coisa despachava-se e resolvia-se!

Agora, uma birra no meio do nada, eu sei que os outros vão dizer e pensar! "É mimado, é mal-educado, fazem-lhe as vontades todas, não tem maneiras, são Pais inexperientes....". Vai haver os olhares de gozo, os maldosos, os de pena e os compreensivos como que solidários. Porque eu já os vi!

E sabem o que eu penso disso?! QUERO LÁ SABER!!

Eu tenho um bebé, não tenho um boneco, que está a descobrir o Mundo, que quer fazer e mexer em tudo, que ainda não tem plena noção do certo e do errado. Que vai testar todos os meus limites porque é uma criança e é normal que o faça.

Ele é de extremos, tem uma personalidade vincada, o menino que está tremendamente aborrecido agora, é o mesmo que daqui a uns minutos está a dar beijinhos com chupeta como só ele faz, abraços apertados e a repetir "aêti" (gosto de ti!)

Sim é mimado, o quanto baste, porque todos o deveríamos ser, precisamos disso para nos tornarmos seres humanos seguros, felizes e igualmente capazes de mimar! Não, eu não o ensino a fazer birras, por mais que eu tenha as minhas, certamente não me atiro para o chão aos pontapés e a gritar alto e bom som, por muito que também me apeteça...

Portanto, lidar com as birras dos nossos filhos, vai muito da nossa disposição, da mentalidade, da certeza de que os nossos atos têm sempre consequências. Os filhos são as nossas maiores esponjas e as nossas melhores réplicas!

A forma como agimos nesses momentos pode atenuar a situação  ou deixá-los ainda mais frustrados. E aí, cada um saberá como lidar com os seus!

Não vou voltar a reparar nesses olhares de reprovação ou do quer que seja, traduzidos naquilo que possam ou não julgar-me como Mãe, porque só quem não tem filhos, ou já se esqueceu do que é ter bebés e crianças pequenas, se pode achar Pais perfeitos com filhos anti-birras!

E "isto" ainda agora começou...

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