As Mães e as outras Mães!

Vou começar por aquilo que talvez diria no fim, a verdade, a minha verdade! O que digo ou penso, é meu, pode servir ou não para outras Mães, mas continua a ser meu, o ponto de vista, o pensamento, o sentimento.

Não que já não me tivesse deparado com isto antes...

Quando se é Mãe, procuramos mais por, lógicamente, outras Mães. Primeiro a nossa (Mãe), depois as outras como nós. As da nossa geração, da mesma cidade, com filhos da idade dos nossos, com gostos idênticos, estilos de vida parecidos, atividades em comum, colegas de escola ou trabalho, as que conhecemos por acaso...

Quando se é Mãe achamos que alguém que á partida leva a mesma vida que nós, será quem melhor nos compreende!

Há tanto a acontecer depois que um filho nasce, todas sabemos e todas procuramos apoio, conforto, palavras, em alguém que não seja a nossa Mãe, o nosso marido, a nossa familia. Procuramos alguém com quem desabafar sobre a dor dos pontos, a amamentação dolorosa, as noites em branco, os choros incógnitos, as hormonas alteradas, a incompreensão de todos, tudo aquilo que só outra Mãe como nós poderá á partida entender. Outra Mãe ao mesmo tempo, da mesma época, a viver a aventura que é a maternidade, a par connosco.

As outras Mães pedem-nos opinião, ajuda, dicas, da mesma forma que nós próprias lhes pedimos a Elas. Nem sempre aceitam o que dizemos, nem sempre concordamos com o que nos dizem!

Queremos dar o melhor de nós, todas nós, e gostamos de partilhar os nossos feitos. Á partida as outras Mães vão admirar as coisas incríveis que somos capazes de fazer com um bebé no colo, nos braços, na cintura ou até nas costas. Porque também as admiramos a Elas quando o fazem, é suposto.

As outras Mães quando têm os filhos doentes, perguntam-nos como fazemos, o que resultou connosco, porque outrora também lhes ligámos em desespero na esperança que a experiência delas seja mais saudável que uma ida ao hospital, com tudo o que isso implica.

As Mães procuram tudo umas nas outras: exemplos, perfeição, coragem, força, ideias, ajuda, experiência... Mas procuram mais ainda por: defeitos, falhas, erros, aspeto fisico, cusquices....
É aqui que as Mães perdem o respeito umas pelas outras!

Se há Mães que se apoiam mutuamente de coração, há as que morrem por um motivo para criticar, para dizer que "eu fiz melhor", para colocar as outras Mães na boca do Mundo, tornam-se amigas por conveniência. Na verdade, há poucas Mães que sejam amigas sinceras, há mais Mães a competir. Talvez seja isso que querem ensinar aos seus filhos, um dia futuros Pais!

Disse várias vezes "á partida" sim, porque eu tinha outra ideia das Mães de hoje em dia, até ser Mãe!

Eu já procurei aquelas Mães que idealizei no meu coração e, agora vejo que não há respeito, que as outras Mães ( não todas) não sabem ouvir, não aceitam a verdade, são comodistas, só pensam em si, querem ser mais do que as outras, não admitem os seus erros, são na maioria das vezes "muita parra e pouca uva".

Talvez eu viva num Mundo á parte, talvez eu achasse que o que gera uma Mãe, fosse não só os filhos, mas um Mundo de Mães, que mais do que blá blá blá, se abraçam, se encontram, estão lá!

Há Mães que são uma verdadeira inspiração, há outras que só queremos nunca ser iguais a Elas.

Que eu não seja mais do que ninguém, que eu não seja perfeita, que eu saiba dar mais "colo" e abraços ás outras Mães. Que eu falhe até como Mãe, mas nunca para com outra Mãe! É o que desejo, para mim e ás outras Mães!

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